sábado, 14 de maio de 2011

Fácil de fazer, fácil de descartar: o cancelamento de “Batendo Ponto”

A televisão brasileira ainda está engatinhando em um gênero que os americanos dominam, a chamada “sitcom”, ou comédia de situação. Com um número limitado de personagens, poucos cenários e episódios de curta duração, é um tipo de programa que demanda baixo investimento e pouco risco, diferentemente de uma novela ou uma grande série.
O anúncio nesta sexta-feira do cancelamento de “Batendo Ponto”, série exibida pela Globo desde o início de abril, expõe o outro lado da moeda: a facilidade de tirar do ar um programa que não agradou à audiência. A série sairá da grade depois de seis episódios apenas.
“A gente não conseguiu acertar”, disse o diretor José Lavigne ao UOL Televisão, comentando os baixos índices no Ibope.
Das cinco séries que a Globo estreou em 2011, na minha avaliação, “Batendo Ponto” só não era mais fraca que “Macho Man”. Num texto que escrevi para a “Folha”, observei:
Fosse encenado num palco, como “Sai de Baixo”, “Batendo Ponto” poderia até funcionar, com seus personagens caricaturais. Mas o formato escolhido resultou tão simplório que não dá nem para dizer que a série “The Office” seria uma inspiração do programa.
E encerrava o texto assim:
A aposta da emissora em comédias leves e de curta duração, no formato de seriados com temporadas de 15 capítulos, em media, segue uma tendência internacional. São produtos mais baratos e fáceis de realizar que novelas, geram filhotes (DVDs) e, quando bem-sucedidas, novas temporadas.
São também mais fáceis de esquecer. Ficam no ar por pouco tempo (três ou quatro meses) e, se não agradam público e mercado publicitário, simplesmente desaparecem, sem deixar vestígio.
“Batendo Ponto” não durou nem isso. Neste domingo vai ao ar o seu último episódio.
Blog do Mauricio Stycer

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