segunda-feira, 16 de maio de 2011

‘Amor e Revolução’: autor reduz tortura e investe em romance

O autor da novela também prestigiou a festa no Bar do Nelson, em São Paulo. Foto: Francisco Cepeda/AgNewsTiago Santiago aposta cenas românticas e fantasma para alavancar audiência
Foto: Francisco Cepeda/AgNews

Paulo Ricardo Moreira
Além de um beijo gay entre duas mulheres que deu o que falar, Tiago Santiago tem outras táticas para elevar a audiência de sua novela no SBT, Amor e Revolução. A rejeição do público ao excesso de violência obrigou o autor a fazer mudanças na trama. Em busca de melhores números – o folhetim tem dado 5 pontos de média -, ele conta que já reduziu as cenas de tortura e aumentou as sequências românticas e de humor. Além disso, a personagem de Patricia de Sabrit, Olívia, vai reaparecer depois de morta para assombrar o marido torturador Filinto (Nico Puig), que a mata com requintes de crueldade.
“A novela já está menos violenta. E vai ficar muito mais leve. Para usar uma gíria dos anos 60, vai desbundar, vai procurar a alegria e não a dor. Isso vai aparecer mais fortemente nos capítulos que estou escrevendo, mas a edição daqueles que estão indo ao ar já cortou tortura”, afirma o autor.
Até Silvio Santos, dono do SBT, chegou a comentar em seu programa que a novela tinha que ter “mais amor e menos revolução”. Tiago Santiago, porém, garante que tem liberdade total para escrever e nega qualquer interferência do “patrão” no seu trabalho.
Ao mesmo tempo em que dará ênfase a cenas românticas, principalmente dos protagonistas José Guerra (Claudio Lins) e Maria Paixão (Graziela Schmitt) – que já transaram até na sacristia -, a trama vai ganhar uma dezena de novos personagens. Já com as aparições de Olívia, o autor dará um toque de mistério à história. “Depois da morte dela, no hospital, começa a aparecer uma mulher misteriosa igual a ela. Vou fazer suspense: será que é um fantasma? Será uma irmã gêmea? Ou será que Olívia não morreu?”, despista.
Apesar de trazer mais leveza à trama, Tiago diz que a ditadura continuará sendo abordada. Os depoimentos das vítimas de tortura permanecerão no ar. O autor percebeu pelos comentários negativos e pela queda na audiência que o excesso de violência estava espantando o público.
A concorrência com a novela da Record, Vidas em Jogo, também pesou na sua decisão de mudar. “Estamos com tendência de alta. O objetivo é crescer no horário e ajudar a consolidar a fábrica de novelas do SBT, única atuante em São Paulo, no momento”, diz.
O Dia

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